Texto en portugués.
Em entrevista, Bolsonaro se expressa como quem responsabiliza as vítimas pelos crimes e demonstra ter informações que Dom e Bruno eram “malvistos” por quem teria sumido com eles
Os irmãos Oseney da Costa de Oliveira, conhecido como Dos Santos, e Amarildo da Costa Oliveira, o ‘Pelado’, admitiram ter executado o indigenista Bruno Pereira e o jornalista britânico Dom Phillips, segundo fontes da Polícia Federal. A dupla confessou o assassinato e foi levada pela PF ao local das buscas, no Vale do Javari (AM), para apontar a localização dos corpos. “Pelado” está detido desde o dia 7, dois dias após o desaparecimento de Bruno e Dom. Já Oseney foi preso temporariamente ontem (14).
Há divergências sobre o que foi feito de Bruno e Dom. Segundo
reportagem da Band News, eles tiveram seus corpos esquartejados
e depois, incinerados. Já de acordo com relato do portal G1, os criminosos atiraram no jornalista e no
indigenista e depois os queimaram e enterraram. Além disso, Amarildo negou ter
atirado na dupla, segundo fonte da PF ouvida pelo portal UOL. O pescador disse
aos policiais que recebeu os corpos queimados, mas de forma que seria possível
identificá-los.
No domingo (12), a PF divulgou imagens de uma mochila,
um notebook, roupas e chinelos encontrados durante as buscas, no interior do
Amazonas. Bruno Pereira e Dom Phillips haviam partido da Comunidade São Rafael
em uma viagem de duas horas, rumo a Atalaia do Norte, onde não chegaram.
O jornalista, colaborador do também britânico The
Guardian e outros veículos, escrevia um livro sobre ameaças ao meio
ambiente e incomodava muita gente. “Esse inglês, ele era mal visto na região.
Porque ele fazia muita matéria contra garimpeiro, a questão ambiental… Então,
aquela região lá, que é bastante isolada, muita gente não gostava dele. Ele
tinha que ter mais do que redobrado a atenção para consigo próprio. E resolveu
fazer uma ‘excursão’”, afirmou Jair Bolsonaro em uma entrevista ao canal da
jornalista Leda Nagle (aqui
reproduzido pelo blog do jornalista Leonardo Sakamoto).
Até esta quarta-feira (15), nove pessoas já tinham sido
ouvidas pela polícia. Entre elas, a mulher de Amarildo, Josenete, que prestou
depoimento na sexta-feira (10) em companhia de um advogado e preferiu não falar
sobre a prisão do marido nem sobre o caso dos desaparecidos. Uma entrevista
coletiva da PF para falar sobre o suposto encerramento do caso é esperada para
a qualquer momento.
Tomado de Sul 21 / Brasil.