- Guilherme
Antunes / Jornal Tornado – Portugal – Texto en portugués
“Como é que faço uma
escultura? Retiro do bloco de mármore, tudo o que não é necessário”
Foi a sua 1ª grande obra escultórica. Trata-se de um trabalho
de admirável perfeição, organizado segundo um esquema em forma de pirâmide, um
formato muito utilizado pelos pintores e escultores renascentistas.
Nesta obra delicada, o artista encontrou a solução ideal para
um problema que preocupava os escultores do 1º Renascimento: a colocação do
corpo de Jesus Cristo morto no regaço de Maria. Para isso alterou
deliberadamente as proporções: o Cristo é menor que a virgem, que é para dar a
impressão de não esmagar a mãe e mostrar que é seu filho, para não “sair” do
esquema triangular. A virgem Maria foi representada muito jovem e com uma nobre
resignação: a expressão dolorosa do rosto é idealizada, contrastando com a
angústia que tradicionalmente os artistas lhe imprimiam. Torna-se assim
evidente a influência do “pathos” dos clássicos gregos. E o autor imaginou a
juventude de Maria, objecções que erguem contra ele os seus críticos, como a
sua expressão de pureza incorruptível.
O requinte e o cuidado da modelação e o tratamento da
superfície do mármore, polido como marfim, deram-lhe a reputação de uma das
mais belas esculturas de todos os tempos. Importante como o autor conseguiu
harmonizar a figura horizontal do Cristo, estendido sobre os joelhos da mãe,
como que inserido entre as suas amplas vestes, com a figura «vertical» de
Maria.
Miguel Ângelo tinha apenas 23 anos. A fita que atravessa o
peito da Virgem Maria trás a assinatura do autor, a única que se conhece:
MICHAEL ANGELUS. BONAROTUS. FLORENT. FACIEBA. Ou seja, «Miguel Ângelo
Buonarroti de Florença fez».
Informação
adicional
Artista: Michelangelo
Título: Pietà
Dimensões: 1,74 m x 1,95 m
Material: Mármore
Criação: 1499
Local: Basílica de São Pedro, Vaticano
Períodos: Renascimento, Renascença italiana
Título: Pietà
Dimensões: 1,74 m x 1,95 m
Material: Mármore
Criação: 1499
Local: Basílica de São Pedro, Vaticano
Períodos: Renascimento, Renascença italiana
Nota da Edição
Michelangelo 1475-1564
Michelangelo di Lodovico Buonarroti Simoni, mais conhecido
simplesmente como Michelangelo ou Miguel Ângelo, foi um pintor, escultor, poeta
e arquitecto italiano, considerado um dos maiores criadores da história da arte
do ocidente.
Desenvolveu o seu trabalho artístico por mais de setenta anos
entre Florença e Roma, onde viveram seus grandes mecenas, a família Medici de
Florença, e vários papas romanos. Iniciou-se como aprendiz dos irmãos Davide e
Domenico Ghirlandaio em Florença. Tendo o seu talento logo reconhecido,
tornou-se um protegido dos Medici, para quem realizou várias obras. Depois
fixou-se em Roma, onde deixou a maior parte de suas obras mais representativas.
A sua carreira desenvolveu-se na transição do Renascimento
para o Maneirismo, e o seu estilo sintetizou influências da arte da Antiguidade
clássica, do primeiro Renascimento, dos ideais do Humanismo e do Neoplatonismo,
centrado na representação da figura humana e em especial no nu masculino, que
retratou com enorme pujança. Várias das suas criações estão entre as mais
célebres da arte do ocidente, destacando-se na escultura o Baco, a Pietà, o
David, as duas tumbas Medici e o Moisés; na pintura o vasto ciclo do tecto da
Capela Sistina e o Juízo Final no mesmo local, e dois afrescos na Capela Paulina;
serviu como arquitecto da Basílica de São Pedro implementando grandes reformas
em sua estrutura e desenhando a cúpula, remodelou a praça do Capitólio romano e
projectou diversos edifícios, e escreveu grande número de poesias.
(wikipédia)
