Ministro da
Defesa diz que está "combinado" com Paulo Guedes o desbloqueio de R$
20 milhões para o emprego na GLO
Por Marco
Grillo / O Globo – Texto en portugués
BRASÍLIA — O
governo federal anunciou que as ações das Forças Armadas para o combate
àsqueimadas que destroem a floresta
amazônica. vão começar na tarde deste
sábado. Dois aviões, cada um deles com capacidade de transportar 12 mil litros
de uma mistura de água e produtos químicos, já estão em Porto Velho (RO). Além
de Rondônia,
Roraima e Tocantins , estados onde o presidente
Jair Bolsonaro já autorizou o emprego da Garantia da Lei e da Ordem (GLO), há
uma solicitação do Pará, segundo o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles .
Há a expectativa de que pedidos semelhantes dos governos do Acre e de Mato
Grosso cheguem nos próximos dias.
Não há
previsão de envio de homens das Forças Armadas de outros estados para a
Amazônia Legal. O efetivo a ser usado é aquele que já atua na Região Norte.
Para as ações nas proximidades de Porto Velho, há a possibilidade de emprego de
400 homens, segundo o ministro da Defesa, Fernando Azevedo e Silva. Em um
primeiro momento, 30 bombeiros da Força Nacional de Segurança se deslocaram de
Brasília a Porto Velho, em apoio. Uma entrevista coletiva na manhã deste sábado
reuniu Azevedo e Silva, Salles e o tenente brigadeiro Raul Botelho, chefe do
Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas.
— Não vamos
levar tropa efetiva daqui para lá. Em Porto Velho, tem sede da Brigada de
Infantaria de Selva, com cerca de 700 homens. Dependendo do planejamento,
pode-se usar cerca de 400 homens. É suficiente – disse o ministro da Defesa. —
É importante a adesão dos governos estaduais, senão vamos ficar limitados às
áreas federais, que são as Unidades de Conservação e e as terras indígenas.
O discurso
foi corroborado por Salles:
— É
importantíssima a participação dos estados. Enfrentamos até agora muita
dificuldade com esse suporte estadual. Agora isso se torna ainda mais
importante.
Ainda segundo
Azevedo e Silva, além dos Estados
Unidos, Chile e Equador já se dispuseram a ajudar nas ações, mas ainda não houve
movimentos concretos . Ele disse que a conversa
entre o presidente Jair Bolsonaro e o presidente dos EUA, Donald Trump, ficou
no nível da “intenção”. A previsão é que a primeira ação de combate ao foco sob
a coordenação das Forças Armadas aconteça às 16h30m deste sábado, com o uso de
uma aeronave do modelo C-130. Ao todo, seis aviões e um helicóptero
foram deslocados para Rondônia. Também foram levadas para o centro da crise 18
pessoas para cuidar da comunicação social. O chefe do Estado-Maior Conjunto das
Forças Armadas, disse que “a área de comunicação é muito importante nesse
momento que estamos vivendo”.
Azevedo e
Silva acrescentou que está “combinado” com o Ministério da Economia o
desbloqueio dos R$ 20 milhões que estão previstos no orçamento da pasta este
ano para ações da GLO. Segundo ele, a sinalização foi dada em uma reunião na
sexta-feira, pelo secretário-executivo da Economia, Waldery Rodrigues.
— Está
combinado. Estou numa fase em que só acredito quando abrir o cofre e ver. Com o
Paulo Guedes (o acerto). Ontem, na reunião com o presidente da República,
estava o secretário Waldery, e ele falou isso, que o mais fácil era
descontingenciar — disse Azevedo e Silva.
Ricardo
Salles afirmou que há um saldo de pouco mais de R$ 1 bilhão no Fundo Amazônia,
e que os recursos estão sendo usados também pelo Ministério do Meio Ambiente
nas ações contra as queimadas. Salles negou que o governo tenha demorado a agir
para conter os focos de incêndio.
— As
queimadas ocorrem justamente agora no período seco, questão de 30 dias para
trás. Foi nesse momento quente e seco que se iniciaram as queimadas (em maior
volume). Portanto, a resposta dada às queimadas foi absolutamente tempestiva.