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18 diciembre, 2017

Democracia e Estado de Direito às favas



*Daniel Samam é Músico, Educador e Editor do Blog de Canhota. Está Coordenador do Núcleo Celso Furtado (PT-RJ), está membro do Instituto Casa Grande (ICG) e está membro do Coletivo Nacional de Cultura do Partido dos Trabalhadores (PT).

Tomado de 247 / Noticia en portugués
 Ao marcar para o próximo dia 24 de janeiro o julgamento de Lula antes do registro de sua candidatura presidencial, o Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) alimenta ainda mais a incerteza e a instabilidade para as eleições de 2018. A tramitação da sentença e o voto do relator, o desembargador João Gebran Neto, se deram de forma apressada. Não há explicação plausível para que o caso de Lula tramite com uma tamanha rapidez e atropelo.
Lula, pelo jeito, deverá ser condenado pelo TRF-4 mas não será preso, porque é grande a chance do Supremo Tribunal Federal (STF) rever sua posição contaminada pela narrativa fascista dos concurseiros inquisidores do MPF, e cumprir o que está escrito no inciso 57 do artigo 5º da Constituição Cidadã de 1988: "ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória".

É importante compreender que o jogo não termina em 24 de janeiro. Mesmo que haja uma condenação, ele terá tempo para recorrer. A intensidade e polarização do debate serão grandes. E é perfeitamente possível e legal, a defesa de Lula apelar aos tribunais superiores para levar a candidatura adiante.
No mais, condenação e impugnação são decisões diferentes, além de serem tomadas em fóruns distintos. A condenação de Lula será decidida no dia 24. Já a impugnação de sua candidatura só poderá ser feita quando esta passar a existir, ou seja, a partir do dia 15 de agosto.
Mas, é bom lembrar que estamos em meio a um golpe de Estado. A sanha por condenar Lula escancara o alinhamento ideológico dos setores da tecnoburocracia estatal (MP, PF e Poder Judiciário) com as forças políticas (PSDB, DEM e o "centrão" organizado por setores majoritários do PMDB), com a "Banca" (capital financeiro) e a grande mídia corporativa (Rede Globo a frente), todas empenhadas em barrar sua candidatura.
O consórcio golpista resolveu apostar na desestabilização do país e no enfrentamento social. A direita jogou a democracia e o Estado Democrático de Direito às favas. Sabem da incapacidade e inviabilidade dos seus quando o assunto é voto na urna. Também sabem que o projeto de supressão de direitos e de desmonte da Nação não tem respaldo popular.
Sem sombra de dúvidas, o dia 24 de janeiro de 2018 entrará para os livros de História, como um marco na defesa da Democracia e do Estado Democrático de Direito por parte do povo brasileiro. Temos de garantir que nós, o povo brasileiro, possamos derrotar nas urnas as tramas urdidas nos corredores do Ministério Público Federal (MPF) e do Judiciário.