NOVEDAD / Noticia en portugués
Por: Lara Ely / IHU
"As entrevistas, para mim, têm sempre um valor pastoral,
se não tivesse esta confiança, não concederia entrevistas". Esta fala
do Papa Francisco sobre suas entrevistas realizadas após
cada viagem, no interior do avião, é o ponto de partida para a produção do
conteúdo do primeiro livro de Jorge Mario Bergoglio sobre seu continente de origem.
No próximo dia 30, o Pontífice lançará sobre a bandeira
da Editora Planeta seu primeiro livro sobre a América
Latina, redigido a partir de uma série de entrevistas concedidas ao
jornalista argentino Hernán Reyes, correspondente do jornal Téslan no
Vaticano desde maio de 2015. As vendas iniciam na Argentina e posteriormente em
outros países latinoamericanos.
A obra será a primeira publicada junto a um jornalista
não-europeu e surge dos encontros com Francisco em julho e
agosto passados na Casa Santa Marta, residência do Pontífice. América
Latina, conversas com Hernán Reyes Alcaide (Editora Planeta, 2017) celebra
os dez anos da Conferência do Episcopado da América Latina e Caribe, realizada
em Aparecida, e repassa temas como o papel da mulher na Igreja, a pastoral
carcerária, as experiências de diálogo inter-religioso e ecumênico, o destino
do que define como a “Pátria Grande” latino-americana e seus políticos.
Na obra em que estreia abordando o continente
latino-americano, Francisco responde às perguntas do jovem
compatriota de 33 anos. As questões de desenvolvem em torno de temas como os
desafios da religião, o retrato político do católico latino-americano, as
crises econômicas e políticas na América Latina o papel
do Vaticano nessas crises.
A frase de abertura da matéria está no prefácio que o papa
escreveu para o outro livro, Adesso Fate le vostre domande (Agora
façam as vossas perguntas), do Padre Antônio Spadaro. O Santo
Padre sublinha que nas entrevistas, assim como nas coletivas com os jornalistas
no avião, lhe agrada olhar as pessoas nos olhos e responder às perguntas com
sinceridade. Em entrevista à Radio Vaticano, ele recorda que quando
era Arcebispo em Buenos Aires, "tinha um pouco de medo dos
jornalistas" e por esta razão não concedia entrevistas. Como Pontífice,
porém, convenceu-se de que as entrevistas são "uma maneira de
comunicação" de seu ministério".