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Noticia en portugués / TOMADO DE REVISTA IHU ON-LINE
Funcionários da província de Jiangxi, na região
leste da China, estão substituindo imagens religiosas exibidas por
famílias cristãs por retratos do líder do país, Xi Jinping.
A informação é publicada por Catholic News Service,
16-11-2017. A tradução é de Isaque Gomes Correa.
O ucanews.com informou que, no dia 12 de
novembro, foram publicadas fotos na conta que o governo municipal de Huangjinbu tem
no sítio eletrônico popular de mensagens “WeChat”. Elas mostram
funcionários removendo imagens da cruz e outras figuras religiosas no condado
de Yugan.
A mensagem diz que os cristãos envolvidos “reconheceram os seus equívocos e decidiram não confiar em Jesus, mas no Partido (Comunista)”, alegando que os cristãos removeram, voluntariamente, 624 imagens religiosas e postaram 453 retratos de Xi.
A mensagem diz que os cristãos envolvidos “reconheceram os seus equívocos e decidiram não confiar em Jesus, mas no Partido (Comunista)”, alegando que os cristãos removeram, voluntariamente, 624 imagens religiosas e postaram 453 retratos de Xi.
Os funcionários também alegaram que estavam “convertendo” os
cristãos para a lealdade partidária por meio da redução da pobreza e com outros
modos de ajuda aos desfavorecidos. Quase 10% dos 1 milhão de pessoas, na grande
maioria pobres, do condado de Yugan é formado por cristãos.
O Pe. Andrew, que não quis informar o nome
completo por medo de retaliação do governo, contou ao ucanews.com que a remoção
das imagens cristãs contou com funcionários distribuindo dinheiro a famílias
empobrecidas em troca de postarem o retrato de Xi.
O Pe. John, situado ao norte da China, disse
achar que Xi se tornou “um outro Mao” (Tsé-Tung) após o 19º Congresso
Nacional do Partido Comunista Chinês em outubro. O padre previu que outros funcionários ao
redor do país imitariam aquilo que estava sendo feito em Jiangxi.
Com o novo “Regulamento sobre Assuntos Religiosos”
revisado prestes a ser implementado em 1º de fevereiro, os cristãos chineses e analistas acreditam que a política
religiosa irá seguir de perto o modelo de “sinicização” de Xi.
Durante a Revolução Cultural de 1966-1976, a intolerância
religiosa e o dogma de Maoprevaleceram. Jovens foram incentivados a
criticar os mais velhos, incluindo pais e professores. Indivíduos acusados de
espionarem para potências estrangeiras foram detidos e espancados visando obter
confissões.
Os padres na China que falaram ao
ucanews.com não viam nenhuma volta direta às condições da Revolução
Cultural, mas disseram temer que os controles religiosos e sociais
continuem se intensificando.
“Não vai ser bom”, disse um deles.
A divulgação na China de vídeos pedindo que crianças
espionem os familiares também trouxe de volta as memórias da Revolução
Cultural, quando os jovens faziam cumprir a ideologia do Partido
Comunista. Os jovens
da Guarda Vermelha engajavam-se na prisão e humilhação pública de qualquer um
considerado de desvio dos ensinamentos do líder revolucionário Mao.
Recentemente, a Associação Chinesa de Educação,
filiada ao Ministério da Educação, lançou dois vídeos online que buscam ensinar
as crianças a delatar membros familiares que possam representar uma ameaça à
segurança nacional. Um vídeo destinou-se a alunos de ensino fundamental, e um
outro a alunos do ensino médio.
Ambos instruíam as crianças a informar ao escritório de
segurança nacional qualquer pessoa, incluindo os pais, que podem estar
transmitindo ilegalmente informações sigilosas, especialmente a estrangeiros.
Os vídeos traziam um número de telefone para relatar as atividades suspeitas.
Um anúncio oficial dizia que os vídeos foram produzidos para
combinar com a estratégia de Xi de incorporar os objetivos de segurança
nacional dentro do sistema educacional.