Um dos
principais líderes da esquerda, o ex-governador do Rio de Janeiro e do Rio
Grande do Sul Leonel Brizola faria nesta quarta-feira (22) 98 anos.
- Jornal Tornado - Texto em português do
Brasil
A
singularidade da existência humana pode ser refletida na dimensionalidade a
qual o homem justifique sua própria história e na escolha, intransferível de
quais causas e lutas dedicará sua vida.
Leonel de
Moura Brizola tinha a exata visão do tempo, das dimensões de sua historicidade
e de seu desígnio dentro das bandeiras que se dedicou até o apagar-se de sua
vida humana.
Opção
inegociável da coerência o que o qualificava como ninguém. Como o fio condutor
da história que o conectava a um ideário de uma visão e conceituação de país
soberano, desenvolvido e justo, que o credenciou como herdeiro soberano do
Varguismo e do Trabalhismo brasileiro.
Neste sentido
transmutou-se dentro da dimensão histórica. De um perfil apenas existencial a
uma ideia, uma bandeira e uma causa.
Encarnou como
poucos em um símbolo maior da defesa intransigente dos interesses pátrios. Sim,
poucas lideranças tiveram o privilégio e a visão vanguardista de Brizola sobre
a soberania nacional do Brasil. E mais do que isso, fez de sua trajetória uma
cruzada ininterrupta de salvar as crianças e a própria nacionalidade, por meio
da educação; consequentemente a historicidade o reconhece, inclusive, com a
indicação de um prêmio na Organização das Nações Unidas, ONU, como um dos
maiores construtores de escolas do mundo.
Ressalta-se
que as escolas idealizadas por Brizola não eram somente construções
arquitetônicas de uma estrutura que reproduzia e reproduz nossos mais brutais
fracassos – fruto uma educação desonesta e catequizadora – da ordem social
sagrada e imutável.
Não. Brizola
tinha opinião de uma escola libertária, emancipadora e cidadã, onde se
conectava por meio de uma educação verdadeiramente honesta e onde afirmaríamos
nossas maiores potencialidades para, de fato, sermos um país soberano.
Leonel lutou
os grandes combates, amargou derrotas, mas venceu o essencial. Tornou-se
referência inconteste na história brasileira, de um homem a frente do seu
tempo, que deixou um enorme legado e tornou disso uma bandeira a ser preservada
e posta em prática.
Reuniu como
poucos, ideias, exemplo e militância. Não deixou que as benesses do poder
efêmero – armadilha preferencial aos que perderam sua dimensão histórica – o
mediocrizasse.
Ao
referenciar o grande Leonel Brizola, jamais podemos deixar de refletir sobre: o
seu tamanho histórico; sua existência fecunda; suas bandeiras de vida e seu
legado para as futuras gerações.
Brizola vive!
Não como clichê demagogo, mas como ideia, como exemplo e como militância.
Por Henrique
Matthiesen, Bacharel em Direito